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Tuesday 24 March 2009

Sexta-feira Treze


Só estou aqui por que eu tenho que falar alguma coisa. Pra ler depois e me convencer de que é isso aí.

Ainda não sei como que eu vou escutar música, nem sei bem se vou aprender a acordar, muito menos como vou conseguir dormir. Não sei como vou passar por certos lugares, por certos lados da calçada. Como vai ser quando fizer chuva, ou quando derem cinco horas da manhã. Por que você estava ali nas minhas horas de loucura, de sujeira, de cortina e de sal grosso.
Não quero mais ouvir aquela musica que você saiu assobiando depois que disse que ia embora. Por que eu juro que você fez isso. Você disse que ia embora e saiu assobiando. Eu deitei na cama e pensei em não pensar nada. Eu precisava dormir e se eu pensasse eu não ia dormir naquele dia, nem nunca mais. Aí eu dormi daquele jeito que você odeia, de roupa, de sapato, de brinco. Acordei e tudo estava bem, mas de repente, no terceiro segundo da manhã eu lembrei que não existia mais você. Aí fez um buraco e ele cresceu e eu passei mal o dia inteiro. Tentei achar um motivo durante horas. Mas acho que na verdade, você mentiu, pelo simples fato de ser um mentiroso. Ouviu? Você é um mentiroso. E quando as coisas acabam, a gente tem que saber reconhecer. O que você era, eu guardo comigo.