Pages

Tuesday 24 March 2009

É antigo, mas era assim

.
Na geladeira, as cervejas que não embebedam mais. Sem você pra dividir a cerveja. Sem você pra dividir a chuva e o cigarro. Você lá. Meu celular aqui com a mensagem dele que eu não escutei. Ele que liga, que tem o mesmo toque que o seu. E eu sabia que era você quando tocou e eu disse seu nome de imediato. Peguei o celular e mostrei seu nome pra ela só pra ela ver que eu tinha acertado. Era você. A noite se apaga. Vai ficando frio. Eu procuro abrigo na marquise de uma esquina.
Um silêncio por qualquer silêncio. Uma cara ao menos por um tapa. Teu desejo agora é meu silêncio.

Que nem naquele dia com você grudado com o ouvido nas minhas costas enquanto eu tocava e cantava no violão. Canta, canta, canta.
A gente começou a cantar Lobão a noite inteira. Depois eu te contei em cochicho "cara, eu odeio Lobão". E você abaixou a cabeça e riu, e começo a cantar baixinho pra ir aumentando aos poucos:
"Mais um noite que não vai terminar
Mais uma noite no meio no nada
Flashback da vida queimando na veia
Mais uma vez outra promessa quebrada
Mais um momento e a noite me tem pra sempre".
Agora tem uma parte minha com você que você não agüenta carregar de tão pesada. Deixei meu peso em você, minha paranóia em você. Que não segura nem a sua carga. Menino. Que tem esses gestos e essa mania lindinha de falar óquêi. Bem assim: óquêi.
"E mais uma vez, quem sabe, eu altere os meus planos
Baby.
E pode ser que eu fique mais um dia"
Você cantou pelo caminho.
"Mais uma noite de psicodelia
E mais uma vez quem sabe
Eu altere os meus planos
Baby".
Amanhã eu vou dizer voltou? Voltei. E vai doer. E eu vou ter que dar um risinho. E pensar, ai caraleo, e agora como é que eu vou fazeEeEeEeEr? CreccrecCrEcReCREC. E a sua carinha de pois é. E a minha cara de pois é. Então ta; próximo copo a gente se fala. Próximo copo a gente se acha. Por enquanto fica a dissonância. Você encontrado. Eu perdida em cinqüenta que ficaram por aí.
.