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Tuesday 30 June 2009

CLOSED!

Puxado o último fio.
É, acabou.
Nunca mais romance, nunca mais cinema, nunca mais drinque no dancing. Nunca mais cheese. Fico aqui feliz por que a ferida está estagnada.
Agora, vocês podem continuar me visitando na minha nova casa.

http://escrevernaoajuda.blogspot.com

Não escrevia mais por aqui por que não conseguia. Foram acontecendo as coisas, eu até mudei de casa, a luta pela internet própria, o monstro que morava embaixo da cama teve que se readaptar no guarda roupas devido às minhas novas gavetas embutidas: - a era da sacola plástica acabou.
Eu fiquei emocionalmente acabada. A gente leva um tempo pra se restabelecer.
Como não sou mulher de ficar acuada, finalizo com as novidades do blog novo, e da Lasanha em sua 13ª edição, o que é foda. Vão. Mas eu cheguei atrasada.

http://lasanhawiskow.blogspot.com/

O meias já era. Sim. Casa velha, assuntos repetidos, amores que viraram carvão. A casa não é minha, é dele. E ele foi-se embora assoviando na chuva.

Casa nova! Para rimar com a vida.
O Escrever Não Ajuda está sendo feito de pequenos em pequenos pedaços, mas já funciona como gaveta velha e autoterapia. O mundo gira.

Visitem e comentem no meu e-mail. Por que Waly já dizia: “o poeta precisa ser alimentado”.

Pra quem fica... Tchau... e benção.

Se fue, se foi!
Fodeu.
Fim.

Post Scriptum: Sigo incendiando bem contente e feliz.

Tuesday 28 April 2009

Só pra saber


Sabe aquela cara que eu faço que te incomoda e aqueles flagras que você me dá, acompanhando você de longe nos balcões?

Queria saber dos seus planos para breve. Dormir sem roupa? E os seus embora do país, comprar uma casa, talvez voltar ali onde tem ar puro pra você conseguir dormir? Casar? Um dia?
Um dia perfeito pra você é acordar cedo e deixar tudo pronto em casa, tomar cerveja com bons amigos no bar, ver uma menina que te faça rir e levá-la pra dormir? Despacha-la no outro dia ou ficar com ela sem fazer nada o dia inteiro?
O que você gosta de fazer, olhar pela janela de manhã, rua sem nenhum barulho? Gosta de ouvir a voz de alguém no telefone, ir à pizzarias ou visitar amigos? O que você pensa quando fica lá ouvindo Cash? Tem tiques nervosos, manias que te fazem ficar irritado com si próprio, paciência com crianças? Gosta de cabelos muito curtos ou que ela tenha bons modos? Passivo? Mais de três vezes por semana? Sente medo de morrer?

Tudo isso é o que eu me pergunto dentro de dois segundos em que você pousa seus olhos no nada, e eu pouso meus olhos em você.

Aqui entre nós

Lembrei de uma coisa; - aquele dia que você disse que não gostava de dormir agarrado, mas chegou bem perto na cama e disse “mas hoje tá muito frio” e me abraçou e eu só me mexi de manhã.

Tuesday 24 March 2009

Render é o que há.

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Quem é que precisa de sono, quando se tem uns amigos assim tão sensacionais que nem os meus? Por que hoje eu acordei cedo, cheguei na hora, fiquei prosa com minhas avaliações, saí cedo, tomei cerveja com meu filho, com a minha lindinha, aí saí pro Conjunto Nacional atrás dele, li poesia, recitei poesia e escutei poesia, beijei amigos, anotei umas coisas, saí à francesa, preparei tudo no mac, fui pra baixo do Masp e com as minhas coisas ilícitas e subi direto pro Banco Real, a pracinha maravilhosa do Banco Real quando vazia, e ri, ri, ri, ri, levei a Karina no ponto e peguei o mesmo ônibus do Rodrigo e só parou por ali por que eu não quis ir pra festa onde ele estava se direcionando. Preferi me direcionar à minha casa, onde estavam os meninos e entrei atacando a goiabada com queijo da geladeira e sentei aqui pra dizer só uma coisa:
Faltou você.
E é por isso que eu já pulei.
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Sexta-feira Treze


Só estou aqui por que eu tenho que falar alguma coisa. Pra ler depois e me convencer de que é isso aí.

Ainda não sei como que eu vou escutar música, nem sei bem se vou aprender a acordar, muito menos como vou conseguir dormir. Não sei como vou passar por certos lugares, por certos lados da calçada. Como vai ser quando fizer chuva, ou quando derem cinco horas da manhã. Por que você estava ali nas minhas horas de loucura, de sujeira, de cortina e de sal grosso.
Não quero mais ouvir aquela musica que você saiu assobiando depois que disse que ia embora. Por que eu juro que você fez isso. Você disse que ia embora e saiu assobiando. Eu deitei na cama e pensei em não pensar nada. Eu precisava dormir e se eu pensasse eu não ia dormir naquele dia, nem nunca mais. Aí eu dormi daquele jeito que você odeia, de roupa, de sapato, de brinco. Acordei e tudo estava bem, mas de repente, no terceiro segundo da manhã eu lembrei que não existia mais você. Aí fez um buraco e ele cresceu e eu passei mal o dia inteiro. Tentei achar um motivo durante horas. Mas acho que na verdade, você mentiu, pelo simples fato de ser um mentiroso. Ouviu? Você é um mentiroso. E quando as coisas acabam, a gente tem que saber reconhecer. O que você era, eu guardo comigo.

É antigo, mas era assim

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Na geladeira, as cervejas que não embebedam mais. Sem você pra dividir a cerveja. Sem você pra dividir a chuva e o cigarro. Você lá. Meu celular aqui com a mensagem dele que eu não escutei. Ele que liga, que tem o mesmo toque que o seu. E eu sabia que era você quando tocou e eu disse seu nome de imediato. Peguei o celular e mostrei seu nome pra ela só pra ela ver que eu tinha acertado. Era você. A noite se apaga. Vai ficando frio. Eu procuro abrigo na marquise de uma esquina.
Um silêncio por qualquer silêncio. Uma cara ao menos por um tapa. Teu desejo agora é meu silêncio.

Que nem naquele dia com você grudado com o ouvido nas minhas costas enquanto eu tocava e cantava no violão. Canta, canta, canta.
A gente começou a cantar Lobão a noite inteira. Depois eu te contei em cochicho "cara, eu odeio Lobão". E você abaixou a cabeça e riu, e começo a cantar baixinho pra ir aumentando aos poucos:
"Mais um noite que não vai terminar
Mais uma noite no meio no nada
Flashback da vida queimando na veia
Mais uma vez outra promessa quebrada
Mais um momento e a noite me tem pra sempre".
Agora tem uma parte minha com você que você não agüenta carregar de tão pesada. Deixei meu peso em você, minha paranóia em você. Que não segura nem a sua carga. Menino. Que tem esses gestos e essa mania lindinha de falar óquêi. Bem assim: óquêi.
"E mais uma vez, quem sabe, eu altere os meus planos
Baby.
E pode ser que eu fique mais um dia"
Você cantou pelo caminho.
"Mais uma noite de psicodelia
E mais uma vez quem sabe
Eu altere os meus planos
Baby".
Amanhã eu vou dizer voltou? Voltei. E vai doer. E eu vou ter que dar um risinho. E pensar, ai caraleo, e agora como é que eu vou fazeEeEeEeEr? CreccrecCrEcReCREC. E a sua carinha de pois é. E a minha cara de pois é. Então ta; próximo copo a gente se fala. Próximo copo a gente se acha. Por enquanto fica a dissonância. Você encontrado. Eu perdida em cinqüenta que ficaram por aí.
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Não dá seu coração na mão dele, viu?

.

E eu dei e agora eu fico querendo ver ele fora de hora e falar com ele fora de hora e beijar ele fora de hora. Ê, caralho.
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Depois de um ano sem aparecer na casa, ca estoy yo, escutando as valsinhas de sempre, escrevendo as coisas de sempre, do avesso como sempre. E o pior que o motivo nem mudou. Me and my fool heart. This is me. Assim você olhou pra mim. E eu estava olhando pra você fazia tempo e você achando que era assim mesmo, esse negócio de eu ficar olhando pras pessoas. Anotei meu número num pedaço de papel, reparei onde você tinha bolsos, pensei, vou enfiar o papelzinho lá dentro, ele não vai nem ver, não vai ter nem tempo de ver. Aí ele faz o que quiser com isso, joga fora, mostra pra todo mundo e dá risada da minha cara, ou quem sabe ele vai ligar e eu vou poder falar pra ele que a voz dele fica bonita do lado de lá. Mas não deu tempo de nada disso. Nem deu tempo de cair naquele buraco, por que antes dele, tinha outro. Este outro, é aqui. Tem uma luz lá em cima, mas tem um colo aqui pra eu poder deitar. Eu acho que ta errado. Eu tenho que achar um colo lá em cima; ou esquecer de vez dessa história de colos. Mas eu quero ficar. Até o chão (ou o colo) virar areia movediça.

That's it


E eu quebrei a minha cara, cortei o cabelo, fumei uns cigarros, estive por uns lugares, conheci umas pessoas e amei um monte de gente e chorei numas casas. Fui numas festas, dancei nuns palcos, numas pistas. Fui feliz, fiz umas promessas que eu tenho que cumprir, falei pra ele que faz tanto tempo, tanto tempo que eu quero, eu quero você, eu disse, eu queria você até quando você ficava fazendo coisa escrota. Ele achou engraçadinho, não entendeu nada, ou entendeu e ficou sem graça, sei lá, só sei que ele ficou ali me olhando com aquele risinho e eu fiquei olhando ele olhar pra mim de volta, é a vida, a gente fala uma coisa dessas p’rum cara e ele fica ali te olhando e rindo da sua cara. Não há nada que eu seja capaz de fazer. Virei uma geminiana bobona e falastrona. Agora eu vou ter que conviver com isso pro resto da vida. Eu sinto até vergonha. Mas já dizia a Clarah Averbuck naquele texto dela que eu gostei "Tudo mudou. Menos o que ficou igual".

O que eu faço não é grande coisa
Eu pego aqui a caneta e escrevo umas frases – quando eu lembro dele ou sinto saudade
De alguma coisa.
Poema com cara de poema é a maior merda, natal com cara de natal é a maior merda.
Hoje é um dia simples como todos os outros, eu, a minha caneta, a minha dor na mão, e meu coração espetado. Senti vontade de falar com umas pessoas como eu sinto vontade de falar com elas todos os dias, e liguei pra dizer oi como eu faço quando eu to bêbada todas as vezes, e dormi sozinha como eu durmo todas as noites.
Deixei um recado pra você que você não vai entender.
Mas não importa. Eu falo de verdade quando eu bebo. Falei enrolado, mas falei de verdade. Eu só esqueci de dizer uma coisa que graças a deus eu esqueci de dizer.

Nesse tempo, estive bem socialmente envolvida. Abandonei caixa de emails, facebook, biritas baratas, dinheiro (pra pelo menos, nessa vida, me sobrar a glória de beber direito), saudades (que se dissiparam por que outras coisas tomaram lugar, como você, você e você), e manias – quero mudar de assunto.
Por que as coisas para serem especiais não precisam prestar e não precisam ser bonitas e não precisa que ninguém, além de mim, entenda. Eu vou pra Califórnia viver a vida, pensar em você com carinho e te mandar um postal.
Estive também trabalhando muito, dormindo pouco e tido dores de cabeça e ligado pra umas pessoas que dá saudade ouvir a voz.
Botei fé, sim, em você.
Você não precisa ser nada além do que você é. Você pode ficar só com o pedacinho do braço encostado no meu braço que eu gosto.
Mas volta. As coisas estão assim:
eu continuo mandando recados
pros outros
e fingindo
descaradamente
que não.
Eu estou passando mal
Acordei no calor
Com a ressaca PEGANDO
Lembrando
Tudo
Tudo
Sentada com um jarro d’água
No chão da cozinha.
Lembrando como eu PESEI
Minha cabeça PESOU
Meus ombros PESARAM
Eu indo lá atrás dele
Eu devia ter ido embora naquela hora que eu queria
Ir embora
Melhor do que sentada ali
Bebendo a bebida toda
E perseguindo as pessoas
Tudo errado
Errado
Errado.
Um dia eu tenho que aprender.
.
Sempre atrasada
E com o cu na mão.
Medrosa.
Mole.
Meia-boca.
É assim que eu sou e você não sabia.
.
.
Teve um dia que eu estava lá quietinha no meio daqueles livros todos. Naquele dia que o dia era só tédio, vazio em qualquer canto. E aí eu peguei um livrinho e fiz o que eu sempre faço, sorteio uma página e leio um trecho. Não botava fé naquele livrinho do Walt Whitman. Aí caiu aí ó, e eu quis mostrar pra você, e na impossibilidade, mostrei pra todo mundo que tava perto. Na van, no metrô, no ônibus, em casa e no bar. Olha só o que eu achei hoje e copiei no caderninho. Aí liam e, sabendo da minha situação, do meu gênio e das minhas intenções, eles entenderam.
Dizia assim ó:


Se me quiser de novo,
Me procure sob as solas de suas botas.
Vai ser difícil pra você saber quem sou ou o que estou querendo dizer.
Mesmo assim vou dar saúde
Vou filtrar e dar vida ao seu sangue.
Não me cruzando na primeira,
Não desista.
Não me vendo num lugar,
Procure em outro,
Em algum lugar eu paro e espero você.



Fueda.

Saturday 14 March 2009

Isto

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Que eu conto pra você todo dia antes de dormir
Sobre as dores nas costas e sobre esses homens que
não me amam
e digo sobre a árvore de natal do Ibirapuera, sobre
a fonte do Ibirapuera e a sombra das árvores
quando eu te toco no braço
e te machuco com a ponta da unha e te rasgo
e você olha pra mim com aquela cara que vai dar merda
e ri, eu te
olho de longe
e eu falo do barulho lá fora
eu não sei
se são as baratas
se são os mendigos ou são os gatos ou se é
a minha cabeça
se eu fico louca, se é culpa do trabalho, dos dias, da
falta
se é culpa sua ou culpa
dele
se é saudade e tormenta e
tempestade
e eu durmo naquela cama que você conhece menos que
eu
te culpo e te mordo e te derroto e te extermino
de tudo
que habita esta casa
Nesse dia cheio de falta
cheio de falta
cheio de falta
.