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Wednesday 23 January 2008

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Karinamovich é uma menina que anda sem sorte, sem tempo, vara madrugadas (dorme às 6:00 am) e acorda de tarde para o péssimo trabalho que possui, trabalho qual a desgasta, a humilha e não mais a diverte, nem de vez em quando.
Tenta escrever com o senso de humor que há dentro dela mas não consegue e pára no meio.
Sente que precisa parar de agir como se não fosse uma pessoa envergonhada de ser como é e fazer o que faz.
Sente-se culpada por não conseguir manter relações e convencer pessoas. Também por não escrever seus textos dentro do prazo.
Começa de novo da estaca zero, toma cuidado ao manusear freios e não usa mais relógio de pulso, além de medir suas palavras e seu tom de voz mesmo encontrando dificuldades.
Ainda sente arrepios com toques e proximidades e certas intimidades e fica paralisada diante das expectativas.
Tenta perder a mania de franzir os olhos e tenta endireitar os ombros e carregar menos peso, além de tomar uma postura mais ativa que passiva diante da vida e sofre por não ter decorado a frente de sua casa com luzinhas de Natal, onde nem comeu um pedaço de panetone à meia noite.
Toma antibióticos fortes pois quase morreu após tomar uma chuvinha de madrugada e beber mais do que devia por durante quase duas semanas, perde canetas todos os dias e só se sente feliz as vezes, além de ter virado uma pessoa altamente tolerante em vista do que ela era antigamente.
Vibra com valsinhas e blues, odeia propagandas de energéticos e come coisas industrializadas mesmo que tenha medo de intoxicação, infarto e diabetes.
Tem esperanças de se encontrar e parar de apenas encontrar as pessoas sozinha.
No fundo é boa garota, tem alma boa e não quer atrapalhar ninguém, acredita em respeito, assim como em solidão bem controlada e de dentro, e fica furiosa com quem não sabe quando parar, embora ela não tenha a receita.
E pode ser que amanhã ela não seja mais nada disso.
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